POR QUE MAIS UM SITE SOBRE TDAH?

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O TDAH acomete cerca de 5% da população mundial. Desse modo, mais de 2,5 milhões de brasileiros, entre 0 e 19 anos, em plena idade escolar, sofrem deste transtorno, além de outros milhões de adultos e idosos. Todavia, no Brasil, há poucos milhares de casos diagnosticados, principalmente, pela falta de informação, que é o maior dificultador no processo de diagnóstico do Transtorno.

segunda-feira, 25 de outubro de 2010

Bullying e TDAH

O bullying ou, em termos mais nacionais, o assédio moral, é a prática de ações, preconceituosas ou discriminatórias, de um indivíduo ou grupo, em situação de vantagem, sobre um outro indivíduo, a vítima. Tais práticas causam evidentes prejuízos, nos âmbitos psicológico, social e físico. Há diversos anos esse tipo de abuso vem sendo denunciado, principalmente nas escolas norte-americanas. No Brasil, a discussão ainda é tímida, a despeito de reportagens em veículos de grande circulação.

O que se propõe aqui é uma reflexão um pouco mais adiantada em relação ao TDAH – Transtorno de Déficit de Atenção e/ou Hiperatividade – e a prática de bullying. O portador do TDAH, em sua versão combinada, a que reuni os sintomas do déficit de atenção aos sintomas da hiperatividade, como a impulsividade e a agressividade, mostra-se muitas vezes, especialmente quando parte de um contexto familiar de repressão e castração psicológica, por conta do desconhecimento do transtorno e de posturas intolerantes, um indivíduo propenso a hiper-reações com sinais de cólera, rancor e violência.

Não se propõe aqui que o portador de TDAH seja uma pessoa violenta, mas que a impulsividade, regada por um contexto familiar inadequado, além de traumas e rotulações resultantes dos tradicionais mecanismos escolares de exclusão dos diferentes, podem criar o terreno perfeito para o desenvolvimento de uma personalidade autoritária e violenta. Assim, haveria alguma relação entre o TDAH não tratado, entre tal terreno psíquico resultante e algumas práticas de bullying, agora em voga?

Este questionamento aponta para a necessidade premente de mais estudos ligados ao TDAH e para a importância inegável da divulgação do conhecimento deste transtorno entre professores e pais de alunos. O diagnóstico precoce representa, assim, não apenas a chance de uma futuro melhor e mais digno para milhões de brasileiros, mas a possibilidade de que as hoje vítimas deste transtorno devolvam o descaso plantado pela sociedade na forma de prejuízos outros para ela mesma.

Professor Sean Mardem

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